Uma imagem vale mais do que 1000 palavras

Por centenas de anos, a única maneira de se revisitar imagéticamente uma época, período ou até pessoa, era por meio de pinturas, esculturas ou demais formas artísticas similares. Foi somente no ano de 1826, quando o francês Joseph Nicéphore Niépce aproveitou uma placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível, para fazer um retrato de sua vista. O resultado disso, após oito horas de exposição à luz para ficar pronta, foi considerada a primeira fotografia, sendo apelidada, por seu criador, de “Heliografia”.

Desde então, inúmeras outras – e mais tecnológicas – maneiras de se retratar uma pessoa ou situação foram criadas chegando até a fotografia como conhecemos hoje. No entanto, a questão que fica no ar é por que as imagens, cada vez mais iguais à realidade, são tão importantes para o ser humano?

Um estudo da National Academy of Sciences of the United States of America apontou que a memória humana tem mais facilidade de se recordar de uma imagem do que de qualquer coisa escrita. O artigo aponta que as pessoas conseguem se lembrar de mais de 2.000 fotos com pelo menos 90% de precisão em testes de reconhecimento durante um período de vários dias, mesmo com breves tempos de apresentação durante todo o aprendizado. Ou seja, as imagens marcam muito mais a memória das pessoas do que um texto.

Acredita-se que tal pensamento data de centenas de anos antes do advento da fotografia. O grande orador romano, Cícero, acreditava na importância do uso de imagens em seus discursos. Dois mil anos atrás, ele recomendou o uso de imagens como parte do treinamento da memória. Ele também usou recursos visuais, na forma de adereços, em seus discursos.

Esse fato é conhecido como o efeito de superioridade de imagem. Quando lemos um texto ou ouvimos uma versão em áudio dele, é provável que lembremos apenas 10% das informações três dias depois. No entanto, é bem mais provável que nos lembremos de informações por um período mais longo, se o texto (ou versão em áudio) for apresentado com imagens adequadas. De fato, se a informação nos é apresentada como texto combinado com imagens relevantes, é provável que lembremos 65% das informações por até 3 dias depois.

Hulton Archive e o uso da imagem em novas áreas

Localizado na cidade de Londres, na Inglaterra, o Hulton Archive, da Getty Images, procura sanar essa necessidade das pessoas de ter o máximo da história ilustrada por imagens. Contando com mais de 80 milhões de imagens que datam do início do advento da fotografia, na primeira metade do século XIX, o banco de imagens auxilia jornalistas, fotógrafos e curiosos a apresentar referências imagéticas de um período importante ou pessoa.

Nos últimos anos, a indústria publicitária têm sido uma das principais parceiras do Hulton Archive e demais arquivos de imagens. Isso porque, mais e mais, o público tem se interessado em ver uma união entre artigos modernos, sejam eles roupas, bebidas ou até aparelhos tecnológicos, com pessoas ou cenários de outros períodos ou épocas. O inusitado de tais situações atraiu e ainda atrai o interesse das pessoas ao se depararem com eles.

Ou seja, ao final desse texto, é visível que, como o velho ditado sempre diz, uma imagem vale – mesmo – mais do que mil palavras – e textos.

Written by: Patricia Zylberman