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Os países da América Latina apresentaram resultados econômicos variados em 2025. A Costa Rica liderou na região, com forte crescimento das exportações médicas (+34%) e destaque global em atração de investimentos. A Guatemala busca digitalizar processos para captar mais IED, enquanto El Salvador segue dependente das remessas e enfrenta baixa atratividade para investidores. Honduras permanece estagnada com pouca entrada de novos capitais. Já México, Peru e Argentina mostraram dinamismo com investimentos privados, exportações em alta e grandes projetos, ainda que a Argentina enfrente turbulências políticas com denúncias de corrupção no entorno presidencial.
De acordo com o recente relatório das exportações de bens do acumulado janeiro – julho de 2025, o setor se consolidou como o principal do país com uma participação de 48%, alcançando a cifra de US$ 6,305 bilhões, o que representa um incremento de +34% em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo dados da Promotora do Comércio Exterior da Costa Rica (PROCOMER), esta é a terceira vez que se apresenta um crescimento igual ou superior a 30% neste setor: em 2021, 2023 e 2025 para o acumulado janeiro-julho.
Os produtos que dinamizam este setor são agulhas e cateteres e instrumentos similares (+98%), outros dispositivos de uso médico (+17%) e próteses de uso médico (+7%). Este setor mantém um comportamento positivo na maioria dos mercados, por exemplo, nos Estados Unidos, Países Baixos e Bélgica.
Fonte: Revista Summa
A Costa Rica figura em terceiro lugar a nível global e em primeiro na América Latina no Greenfield FDI Performance Index 2025 da fDi Intelligence, que avalia quanto as multinacionais investem em novos projetos (greenfield) em proporção ao tamanho de cada economia.
O relatório destaca que países de todas as regiões captaram mais Investimento Estrangeiro Direto (IED) do que “sugeriria” seu peso no PIB mundial, um desempenho que situa a Costa Rica como a referência regional.
O indicador compara a cota de projetos de IED greenfield que cada país recebe frente à sua cota do PIB mundial. Uma pontuação maior que 1 implica sobre-desempenho em relação ao seu tamanho econômico.
Com relação à América Central e Caribe, o país lidera com 6,2 pontos (terceiro posto global), seguido por El Salvador (2,7), Panamá (1,5) e República Dominicana (1,3).
Fonte: El Observador
Um estudo da Fundesa aponta que a Guatemala poderia captar entre US$ 1.000 e US$ 1.200 milhões adicionais em investimento estrangeiro direto (IED) se conseguir acelerar a digitalização e simplificação de seus trâmites. Embora com a Lei de Simplificação já tenham sido colocados online 840 processos, ainda existem mais de 5 mil pendentes que geram atraso institucional e reduzem a certeza para os investidores.
Entre os maiores obstáculos estão os registros sanitários, que acumulam mais de 22 mil expedientes no Ministério da Saúde, e os estudos de impacto ambiental, que têm freado projetos de urbanização, indústria e comércio. Esses atrasos não apenas limitam a competitividade, como também desincentivam a chegada de novas empresas ao país. Fundesa e autoridades governamentais coincidem que a Estratégia de Transformação Digital deve focar em agilizar a interoperabilidade entre ministérios e modernizar as plataformas, a fim de garantir processos mais ágeis, transparentes e de acordo com as necessidades do desenvolvimento econômico.
Fonte: Prensa Libre
Entre janeiro e maio de 2025, Guatemala, El Salvador e Honduras receberam em conjunto US$ 18,547.1 milhões em remessas, 17% a mais que em 2024, segundo a OIM. A Guatemala liderou com US$ 9,908.3 milhões (53,4%), seguida por El Salvador com US$ 3,974.8 milhões (21,4%) e Honduras com US$ 4,664 milhões (25,1%). No caso salvadorenho, 92,5% dos envios vieram dos Estados Unidos, onde residem mais de 2 milhões de compatriotas, convertendo-se em um suporte vital para consumo, educação, saúde e serviços básicos.
Em nível interno, San Salvador concentra a maior parte das remessas, seguido por San Miguel e Santa Ana. Só nos primeiros cinco meses, San Miguel recebeu US$ 446.6 milhões e Santa Ana US$ 312.3 milhões, ambos com aumentos em relação a 2024. Esses fluxos fortalecem as economias locais e sustentam milhares de lares, evidenciando a dependência estrutural da região dos envios familiares. Por trás de cada cifra estão as histórias de mais de 500 mil migrantes do Triângulo Norte que todos os anos buscam melhores oportunidades, cujo esforço se reflete na estabilidade de suas famílias.
Fonte: ElSalvador.com
A Assembleia Legislativa aprovou que empresas estrangeiras que invistam mais de US$ 2 bilhões não paguem impostos nem municipais, mas economistas alertam que essas medidas não atrairão investimento. Segundo César Villalona, a baixa IED em El Salvador não se deve à carga tributária, mas sim à escassa demanda interna, à falta de segurança jurídica e ao estreito mercado salvadorenho. De fato, em 2024 El Salvador voltou a ser o último da América Central em captação de investimento, com US$ 640 milhões, frente aos mais de US$ 5 bilhões da Costa Rica. O especialista recordou que promessas similares no passado, como a dolarização, os TLC ou a Lei Bitcoin, tampouco lograram reverter a tendência, e que nem mesmo nas maiores economias da região uma só empresa investe valores próximos aos que o governo projeta.
Fonte: Diario Co Latino
O economista Ismael Zepeda advertiu que Honduras enfrenta um estancamento na atração de investimento estrangeiro, que não consegue superar os US$ 1,4 bilhão alcançados há sete anos. Ele apontou que a maior parte corresponde a reinvestimento de capital de empresas já instaladas, enquanto a chegada de novos investidores é mínima, representando menos de 30% nos últimos anos.
A conflitividade política, a incerteza econômica e o panorama eleitoral têm limitado o ingresso de capital novo, freando a geração de emprego e o dinamismo econômico do país.
Fonte: Proceso Digital
Para o México, agosto foi um mês marcado por uma combinação de fatos políticos e econômicos importantes. O país empreendeu novas ações para aliviar a fricção em sua relação comercial com os Estados Unidos, enquanto os indicadores, as estratégias econômicas e os anúncios de setores como o empresarial e o trabalhista continuaram respaldando seu atrativo como destino forte de investimento.
Após ter conseguido em julho outra extensão do período de graça para um aumento das tarifas norte-americanas, desta vez por 90 dias, o governo mexicano anunciou a extradição de 26 traficantes de drogas, entre eles alguns dos maiores chefes do país. Em um gesto de cooperação e seguindo uma lógica de concessões, foi enviada uma sinalização de abertura para a negociação e o diálogo.
Nesse contexto, também surgiram críticas da esfera social, depois que o governo federal apoiou uma possível cooperação no âmbito militar com os Estados Unidos. A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum Pardo, respondeu às dúvidas, defendendo a soberania nacional e esclarecendo que esse tipo de colaboração é para casos específicos que não comprometem a independência.
Em linha com essa postura, Sheinbaum Pardo se reuniu nos primeiros dias do mês com ministros canadenses e alguns meios mencionaram que esse encontro teve como objetivo encontrar pontos de partida para enfrentar esse novo cenário de incerteza comercial. Fora da América do Norte, Sheinbaum também teve aproximações com seu homólogo guatemalteco, Bernardo Arévalo de León.
Nas finanças públicas, foi apresentado um plano para respaldar a Pemex que busca garantir sua estabilidade. Na iniciativa privada, foram anunciados investimentos de farmacêuticas por mais de 12 bilhões de pesos e a financeira Blackstone confirmou a expansão de suas operações no México. No cenário trabalhista, a Volkswagen e seus trabalhadores no México alcançaram um acordo para um aumento salarial.
Essas notícias fortalecem a posição do México nos negócios, junto com indicadores econômicos positivos: as exportações mexicanas aos Estados Unidos cresceram 6,3% em julho, apesar das tarifas vigentes, e a inflação ao consumidor na primeira quinzena de agosto aumentou 3,49% anual, próximo ao fechamento de julho (3,48%) e dentro da meta do Banxico, de 3% +/- um ponto percentual.
O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,6% no segundo trimestre de 2025, um resultado positivo ainda que menor que os 0,7% previstos inicialmente. Em política monetária, o Banco do México reduziu sua taxa de juros em 25 pontos-base, a 7,75%, seu menor nível em três anos, um ajuste que mostra a confiança da instituição nas condições de expansão econômica com a inflação sob controle.
O Ministério da Economia e Finanças (MEF) reafirmou que a economia peruana crescerá 3,5% em 2025, segundo o Marco Macroeconômico Multianual (MMM) 2026-2029. Esse desempenho será impulsionado pela demanda interna, em particular por um investimento privado projetado em 4,5% (mais de US$ 57 bilhões), assim como por maiores obras de infraestrutura, projetos de associações público-privadas e dinamismo minerador. Esse contexto de investimento e consumo sustentados favorecerá a geração de emprego, o aumento do consumo das famílias e o impulso das exportações graças à maior oferta mineradora, agrícola e pesqueira.
No primeiro semestre de 2025, o PIB cresceu 3,4%, principalmente pelo dinamismo da demanda interna, que avançou 6,2% graças ao investimento privado, com um salto de 8,9%, seu maior ritmo desde 2021. O MEF explicou que esse crescimento se deve a projetos de infraestrutura, autoconstrução e financiamento mais acessível, além da continuidade de projetos mineradores como San Gabriel, Antamina, Inmaculada, Yumpag e Toromocho fase II. Em paralelo, o investimento público também mostrou um comportamento positivo, priorizando o fechamento de lacunas em infraestrutura, o que sustentou a criação de emprego e renda familiar.
Fonte: Diario El Peruano
Hapi, a fintech fundada por peruanos para investir na bolsa dos Estados Unidos para os latino-americanos, celebrou ter alcançado 500 mil usuários com uma aparição na tela da torre Nasdaq em Times Square, Nova York. Esse marco, considerado aspiracional para marcas em nível global, reforça a visibilidade da startup frente a investidores, parceiros e clientes, e simboliza sua consolidação em menos de cinco anos como uma plataforma confiável em 20 países da região. Através de seu aplicativo, permite investir em ações a partir de US$ 5 e em criptomoedas desde US$ 1, sem comissões de corretora e em questão de minutos, facilitando o acesso a pessoas desde os 18 anos sem necessidade de experiência prévia. O CEO da Hapi, Dusko Kelez, destacou que esse reconhecimento reflete a confiança das instituições financeiras dos EUA e a capacidade da companhia para representar a América Latina em um mercado competitivo.
Fonte: DF-SUD
No primeiro semestre de 2025, as agroexportações peruanas alcançaram um recorde de US$ 4,982 bilhões, 23,5% a mais que no mesmo período de 2024, superando o crescimento das exportações totais do país. Os Estados Unidos se mantiveram como principal destino com um aumento de mais de 30% apesar de novos aranceles, seguido por Países Baixos, Espanha, Chile e México. Entre os produtos mais destacados estiveram as paltas frescas (+14%), as uvas de mesa (+43%) e o cacau (+50%), enquanto os mirtilos foram os únicos a retroceder.
Ica liderou as regiões exportadoras com 27% do total, impulsionada por suas uvas frescas, enquanto Lambayeque cresceu 70% pelo aumento das paltas. O bom momento coincidiu com a aprovação da nova Lei Agrária, que reduz o Imposto de Renda a 15% para grandes agroexportadoras entre 2026 e 2035. Embora essa norma implique um custo fiscal de S/ 20 bilhões, especialistas sustentam que poderia atrair investimento e emprego. Estima-se que as agroexportações superem os US$ 13 bilhões no fechamento de 2025.
Fonte: El Comercio
O escândalo estourou após a divulgação, no final de agosto, de áudios gravados por Diego Spagnuolo, ex-diretor da Agência Nacional de Deficiência (ANDIS), nos quais denunciava um suposto esquema de propinas na compra de medicamentos. Segundo o relato, exigia-se um retorno de 8% às drogarias fornecedoras, e desse total, 3% era destinado a Karina Milei, secretária-geral da Presidência e irmã do presidente Javier Milei, o que implicaria em uma arrecadação mensal próxima de US$ 500 mil–800 mil. Além disso, a Justiça ordenou uma série de buscas e uma denúncia penal por corrupção foi apresentada pelo advogado Gregorio Dalbón, no que foi classificado como um dos maiores escândalos desde o retorno da democracia.
Esse caso dominou a agenda política de agosto na Argentina por afetar diretamente o círculo íntimo do Poder Executivo, golpear a narrativa de erradicação da corrupção do governo e acontecer justamente antes de eleições-chave — o que elevou a tensão social e a pressão judicial sobre o oficialismo —, colocando em xeque a credibilidade da gestão.
Fonte: Cadena SER
A mina de ouro Gualcamayo, localizada na província de San Juan e retomada pelo grupo espanhol Aisa através da Minas Argentinas, anunciou um investimento de US$ 665 milhões no projeto Carbonatos Profundos, desenhado para aderir ao Regime de Incentivo para Grandes Investimentos (RIGI) do governo nacional; inclui a construção de uma mina subterrânea, uma planta de oxidação a pressão (a sétima a nível mundial) e um parque solar de 50 MW, com uma projeção de produção anual de 120 mil onças de ouro a partir de 2029, vitalizando o setor em uma iniciativa que reforça a segurança jurídica como chave para atrair investimentos sustentáveis e robustos.
Fonte: La Nación
O mês de agosto trouxe sinais positivos para a economia e para o meio ambiente no Brasil. O país registrou o menor número de queimadas da série histórica para o período, resultado atribuído a políticas de prevenção e monitoramento mais eficazes. No campo econômico, o mercado financeiro elevou a projeção do PIB para 2,16% em 2025, refletindo confiança maior no crescimento sustentado. Além disso, o preço da cesta básica caiu em 24 das 27 capitais brasileiras, aliviando a pressão sobre o orçamento das famílias e indicando melhora nas condições de consumo. Esses indicadores apontam para um cenário de maior estabilidade econômica e ambiental no país.
Fontes: Agência Publica e Gov.Br