Resumo de setembro na América Latina

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Setembro trouxe marcos importantes para a América Latina. A Argentina enfrentou tensões cambiais, enquanto o Brasil viveu a condenação de Bolsonaro e protestos contra a PEC da blindagem. A Costa Rica destacou crescimento das exportações, a Guatemala avançou como hub de serviços, e Panamá e República Dominicana atraíram investimentos estratégicos. Na ONU, Lula defendeu a democracia e o combate à pobreza.

Argentina

Um mês de tensões econômicas para a Argentina

Em setembro, o governo do presidente Javier Milei enfrentou um risco concreto de corrida cambial, enquanto os poupadores retiravam dólares dos bancos com rapidez crescente. A situação se agravou enquanto o presidente estava em Nova York, participando da Assembleia Geral da ONU em busca de apoio político e financeiro para seus planos de reforma.

A notícia de um possível “swap” com os Estados Unidos, juntamente com contatos com o Federal Reserve e o Tesouro, ajudou a acalmar os mercados. Scott Bessent, Secretário do Tesouro, teve papel fundamental na proposta de uma linha de intercâmbio (SWAP) de até US$ 20 bilhões e em outros planos de apoio, como o uso do Fundo de Estabilização Cambiária.

Enquanto isso, no setor agropecuário, a redução das retenções às exportações de grãos gerou expectativas iniciais que rapidamente se transformaram em descontentamento. A medida, anunciada com grande exposição midiática, acelerou a liquidação das colheitas, beneficiando temporariamente o Banco Central, mas os produtores questionaram a falta de garantias de longo prazo e denunciaram terem sido usados para um efeito político imediato.

Costa Rica

Costa Rica apresenta Guia de Investimento Turístico

A Costa Rica lançou “Tourism Doing Business – Investindo na Costa Rica”, um guia de investimento turístico voltado para atrair investidores responsáveis, dinamizar a economia e gerar empregos.

A ferramenta oferece uma visão completa do ambiente de investimento turístico no país. Entre seus principais pontos, estão a análise das condições macroeconômicas e da competitividade nacional, a identificação de vantagens comparativas em relação a outros destinos e a apresentação de oportunidades concretas para o desenvolvimento de novos projetos em áreas como hotelaria, infraestrutura, serviços complementares e turismo sustentável.

A publicação foi elaborada pela ONU Turismo, pelo Instituto Costarriquenho de Turismo (ICT), pela Promotora de Comércio Exterior (PROCOMER) e pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF).

Fonte: Vida y Éxito

Exportações de bens costarriquenhos crescem 16% até agosto deste ano

As exportações de bens da Costa Rica, entre janeiro e agosto de 2025, registraram um crescimento de 16% em relação ao mesmo período de 2024. Isso significa US$ 2,123 bilhões a mais, totalizando US$ 15,036 bilhões.

O setor de equipamentos de precisão e médico segue na liderança, com 48% de participação e crescimento de 33%. O setor agrícola ocupa a segunda posição com 17% de participação, crescendo 3%, impulsionado pelo café em grão (+43%), frutas congeladas (+35%) e abacaxi (+3%).

A indústria alimentícia, terceira mais relevante (12% de participação), cresceu 2%. Já o setor químico-farmacêutico representa 5% das exportações, com avanço de 14%, enquanto o setor eletrônico e elétrico, também com 5% de participação, cresceu 8%. O setor pecuário e de pesca aumentou 2%.

Fonte: Revista Summa

Guatemala

Atração de investimentos! Guatemala se projeta como hub de serviços globais

A Guatemala busca consolidar-se como um hub regional de serviços globais, destacando-se em BPO, ITO, KPO e LPO, impulsionada por seu bônus demográfico jovem, estabilidade macroeconômica e conectividade internacional. Atualmente, a indústria gera 55 mil empregos diretos e, em 2024, alcançou US$ 730 milhões em receitas, com crescimento anual de 11%.

O país enfrenta o desafio de avançar para serviços de maior valor agregado, como inteligência artificial e data centers, aproveitando sua localização estratégica para atrair investimentos tecnológicos. Porém, a concorrência com Costa Rica, Colômbia, República Dominicana, Índia e Filipinas exige fortalecer o ecossistema local com mão de obra qualificada, infraestrutura digital robusta, incentivos fiscais competitivos e promoção internacional.

A indústria se destaca por oferecer emprego formal e salários acima do mínimo, principalmente para jovens bilíngues. Contudo, ainda há um déficit anual de até 20 mil vagas não preenchidas por falta de pessoal com inglês, matemática e engenharias. Iniciativas como o The Finishing School buscam reduzir essa lacuna.

Fonte: Soy 502

El Salvador

Exportações de El Salvador crescem 6,5% em 2025, segundo BCR

Entre janeiro e agosto de 2025, El Salvador registrou crescimento de 6,5% em suas exportações, totalizando US$ 4,6 bilhões, evidenciando resiliência apesar da tarifa de 10% imposta pelos Estados Unidos.

A indústria manufatureira continua como principal motor, especialmente os têxteis e produtos agrícolas como café, açúcar, cacau e plásticos, fortalecidos por investimentos em tecnologia, capacitação e padrões internacionais.

As exportações abrem oportunidades para empreendedores, PMEs e investidores estrangeiros, mas o déficit comercial persiste, já que as importações cresceram 12,8%, impulsionadas por bens de capital e pelo alto consumo externo. Isso exige políticas de substituição de importações, fortalecimento industrial e maior diversificação de mercados.

Avanços em logística e infraestrutura — modernização de aduanas, rodovias e reativação do Porto de La Unión — projetam o país como um hub regional competitivo. Se a tendência continuar, El Salvador poderá fechar 2025 com mais de US$ 7 bilhões em exportações, consolidando seu papel em manufatura leve e agroindústria.

Fonte: ElSalvador.com

Honduras

Fluxo de investimento estrangeiro em Honduras cai 25,7% no segundo trimestre

No segundo trimestre de 2025, Honduras registrou um fluxo líquido de Investimento Estrangeiro Direto (IED) de US$ 213,5 milhões, queda de 25,7% em relação ao trimestre anterior (US$ 287 milhões).

O resultado foi puxado principalmente pela reinvestimento de lucros (US$ 364,3 milhões) em setores como finanças, seguros, manufatura e maquila, que compensaram as saídas líquidas de capital (US$ 51,4 milhões) ligadas ao pagamento de dívidas e adiantamentos de exportação.

Os setores mais movimentados foram: finanças e seguros (US$ 159,5 milhões), bens para transformação (US$ 70,3 milhões) e comércio, restaurantes e hotéis (US$ 54 milhões), apoiados pela recuperação de contas comerciais com filiais externas.

Geograficamente, a entrada líquida da América do Norte foi de apenas US$ 9,8 milhões, ligada ao agro e comércio.

Esse desempenho mostra uma dependência da reinversão de lucros mais do que da chegada de novos capitais, o que reflete confiança na rentabilidade de operações existentes, mas limita a atração de investimentos novos. O desafio estratégico de Honduras é diversificar as origens da IED, fortalecer o ambiente de negócios e ampliar setores receptores para consolidar um fluxo sustentável que aumente a competitividade do país na região.

Fonte: Revista Estrategia & Negocios

Panamá

Fatores-chave para atrair investimentos em semicondutores: como o Panamá se posiciona?

O Panamá se encontra diante de uma oportunidade única de inserção na indústria global de semicondutores, setor que deve ultrapassar US$ 63 bilhões até 2028. Embora não concorra com gigantes tecnológicos, o país aposta em tornar-se parceiro estratégico por meio de sua plataforma logística reconhecida, do talento especializado formado pela Universidade Tecnológica e do apoio de programas de capacitação e inovação liderados pela Senacyt.

Estudos indicam que, se o Panamá captar apenas 4% do mercado, poderá receber mais de US$ 2,5 bilhões em investimentos — valor capaz de transformar sua matriz produtiva e consolidar empregos de alta qualidade em áreas técnicas e especializadas.

Além do capital, trata-se de uma mudança estrutural: um país tradicionalmente dependente de sua posição geográfica pode se consolidar como polo tecnológico regional, atraindo indústrias de alta complexidade como inteligência artificial, robótica e manufatura avançada.

Os benefícios iriam além dos empregos diretos, impactando construção, logística e comércio, com potencial de elevar o PIB em mais de US$ 5 bilhões. O Panamá já trabalha na adequação de infraestrutura, energia e regulamentações, buscando não apenas investimento, mas também conhecimento, inovação e protagonismo na economia do futuro.

Fonte: Revista Summa

República Dominicana

Turismo capta metade do investimento estrangeiro na RD

O setor de turismo segue como principal destino do investimento estrangeiro direto (IED) na República Dominicana, junto ao setor imobiliário. Essa tendência reflete a relevância do turismo na economia nacional, impulsionando projetos de hotelaria, imóveis e infraestrutura complementar.

Em 2024, a IED totalizou US$ 4,523 bilhões, crescimento de 3% em relação ao ano anterior. No primeiro semestre de 2025, superou US$ 2,5 bilhões, dos quais 22,4% foram destinados ao turismo.

O país projeta encerrar 2025 com US$ 4,86 bilhões em IED, apoiado em incentivos da Lei 158-01 de Fomento e Desenvolvimento Turístico e no suporte do setor financeiro local. No entanto, para manter e ampliar essa atratividade, a RD precisa continuar fortalecendo sua infraestrutura, acesso a financiamento e políticas de incentivo a investimentos sustentáveis e de longo prazo.

Fonte: Listín Diario

República Dominicana apresenta oportunidades de investimento em Fórum de Negócios na China

Em Pequim, a República Dominicana destacou seu potencial como destino de investimento, ressaltando sua posição como maior economia do Caribe e uma das que mais crescem na América Latina.

Durante o fórum organizado pela embaixada dominicana, foram destacadas oportunidades comerciais e de investimento, a estabilidade política e econômica, a localização estratégica e o acesso a um mercado de mais de 1,2 bilhão de consumidores por meio de acordos de livre comércio.

Em 2024, as exportações para a China chegaram a US$ 325,8 milhões, crescimento de 34,9% em um ano, lideradas por minerais de cobre, tabaco e instrumentos médicos.

As perspectivas incluem:

  • Turismo: expectativa de 12 milhões de turistas em 2025 e investimentos anuais acima de US$ 1,2 bilhão.
  • Energia: meta de 30% da matriz vinda de renováveis até 2030.
  • Tecnologia: desenvolvimento de IA e semicondutores, com base na experiência chinesa.

A cooperação com empresas chinesas em zonas francas já gerou mais de 10 mil empregos, consolidando a RD como parceiro estratégico de longo prazo no Caribe.

Fonte: El Dinero

Peru

Banco Central do Peru eleva projeção de crescimento econômico para 3,2% em 2025

O Banco Central de Reserva do Peru (BCRP) ajustou suas previsões e agora projeta crescimento de 3,2% para a economia em 2025, segundo seu último Relatório de Inflação. O número é ligeiramente maior que a previsão de junho (3,1%).

O relatório aponta que a demanda interna deve crescer 5,1% em 2025, impulsionada pelo aumento de 6,5% na investimento privada e de 3,5% no consumo privado. A investimento pública também deve crescer 6,5% no próximo ano.

Fonte: Infobae

Congresso aprova oitavo saque das AFPs em 2025

O Congresso peruano autorizou que os afiliados às Administradoras de Fundos de Pensão (AFP) realizem saque extraordinário de até quatro Unidades Impositivas Tributárias (UIT), equivalentes a S/ 21.400.

A lei estabelece que o saque não afetará o direito à pensão mínima nem implica perda de acesso ao sistema previdenciário. Também confirma a voluntariedade das contribuições dos trabalhadores independentes e mantém o direito de sacar até 95,5% do fundo na aposentadoria.
Fonte: Infobae

PERUMIN 37 encerra com chamado a fortalecer articulação entre setor, academia e Estado

Realizado em Arequipa entre 22 e 26 de setembro de 2025, o evento PERUMIN 37 reuniu milhares de representantes do setor minerador, autoridades e acadêmicos, consolidando-se como um dos mais importantes da região.

Destaques incluíram: recorde de participação feminina, crescimento contínuo do emprego no setor, apresentação de mais de 600 trabalhos técnicos no Fórum TIS, além de promover investimentos e o diálogo sobre o futuro da mineração no Peru.

Fonte: RPP

México

México fortalece relação com os EUA em meio a sinais de desaceleração

Terminou o segundo mês do período de três concedido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, antes de elevar tarifas sobre importações mexicanas.

O governo da presidente Claudia Sheinbaum segue buscando melhorar os fatores que dificultam a relação entre os dois parceiros comerciais históricos.

No início de setembro, Sheinbaum se reuniu com o secretário de Estado Marco Rubio e acertou a criação de um grupo de alto nível para acompanhar compromissos bilaterais, incluindo segurança e tráfico de substâncias na fronteira.

Embora setores críticos considerem a medida intervencionista, as autoridades afirmaram que o trabalho será feito com respeito à soberania. Economicamente, o México teria ganhos relevantes se conseguir manter ou reduzir os custos atuais do comércio.

Economia perde dinamismo

A queda da investimento fixa bruta em junho marcou o terceiro recuo do ano. Além disso, as remessas caíram em julho pelo quarto mês seguido, apesar de maior valor médio por envio.

Segundo o INEGI, a inflação ao consumidor subiu 0,06% em agosto, acumulando 3,57% ao ano, dentro da meta do Banxico (3% +/- 1%).

A criação de empregos formais caiu 62,5% em agosto (21.750 novos postos), e no acumulado do ano a queda foi de 40,7%.

A atividade industrial recuou 1,2% em julho (2,8% anual), somando dois meses de queda, puxada pelas manufaturas.

Diante desse cenário, ganhou relevância a apresentação do Pacote Econômico de 2026, considerado pelo governo como “humanista”. Ele prevê aumento nos orçamentos de saúde, educação, habitação, segurança e investimento público, além de apoio ampliado à Pemex.

Brasil

Condenação de Jair Bolsonaro, Pec da Blindagem e Discurso de Lula na ONU marcaram as notícias de setembro no país

Em setembro, o Brasil viveu acontecimentos marcantes no campo político e democrático. O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro à prisão pela articulação de uma tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2022, poucos dias antes da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi aprovada pela maioria dos ministros, e Bolsonaro aguarda o cumprimento da pena em sua residência.

No Legislativo, a Câmara dos Deputados aprovou de forma controversa a chamada “PEC da blindagem”, que propunha anistia não apenas para crimes relacionados a ataques contra a democracia, mas também para delitos graves, como estupro e assassinato. A medida gerou forte reação popular. No dia 21 de setembro, milhões de brasileiros saíram às ruas em protesto, pressionando o Congresso. O impacto foi imediato: o Senado decidiu arquivar a proposta, freando a iniciativa que poderia fragilizar ainda mais o Estado de Direito.

No cenário internacional, o presidente Lula destacou a importância da democracia durante a Assembleia Geral da ONU. Em seu discurso, afirmou que a democracia pressupõe redução das desigualdades e garantia de direitos fundamentais, enfatizando que a única guerra em que todos podem vencer é contra a fome e a pobreza.

Fontes: Jota Info, STF, agencia brasil

Written by: Sherlock Communications