O que é Web3 e qual a sua relação com criptoativos?

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Antes de falarmos sobre o que é Web3 é importante lembrarmos que utilizar a internet nem sempre foi uma tarefa fácil. Há anos, era preciso ocupar uma linha telefônica fixa, conviver com conexões instáveis e buscar horários alternativos para um acesso mais barato e com menos intercorrências.

Era necessário ainda lidar com grandes computadores de mesa, instalar aplicativos e programas por meio de CDs ou disquetes, entre outras situações que soam um tanto quanto estranhas ao usuário atual de internet.

Hoje, podemos acessar esse mesmo serviço de forma muito mais rápida e simples, a qualquer hora, a partir de um celular, notebook e até mesmo de outros dispositivos, como relógios e carros. Isso sem depender de conexões por cabo ou linha telefônica, graças ao Wi-Fi.

Essa breve retrospectiva nos ajuda a lembrar de como a internet se encontra em constante transformação e evolução, com cada vez mais participação dos usuários e novas usabilidades. E podemos entender melhor esse processo a partir do que é o conceito de Web3 – e dos exemplos de sua operação prática, entre os quais estão os criptoativos.

Afinal, o que é Web3?

A Web3, conhecida como a fase atual da internet, é caracterizada especialmente pela descentralização das informações e maior atuação do usuário. Tanto na oferta como na posse dos dados.

Enquanto a chamada Web1 era limitada à leitura e formada basicamente por sites estáticos e com pouca interatividade, a Web2 ficou conhecida por abrir espaço para as redes sociais e por permitir uma maior interação entre os usuários.

Foi também durante a chamada Web2 que se desenvolveram os aplicativos e a portabilidade, tão comuns nos celulares que utilizamos hoje.

Por outro lado, a Web2 também tem como característica a concentração de informações sob o poder de grandes empresas de tecnologia, o que se tornou um grande ponto de tensão e de desagrado em relação à internet.

Podemos entender, então, a Web3 como algo que tenta unir o melhor de cada uma das fases anteriores, além de tentar solucionar o problema da concentração de informações nas mãos de poucas e grandes empresas ao descentralizá-las e permitir a participação ativa de seus usuários.

Dessa forma, a Web3 representa uma importante mudança de paradigma em relação às gerações anteriores, que cada vez mais se aprofunda.

Características da Web3

Esse paradigma de descentralização das informações, tão característico da Web3, é possibilitado sobretudo pela tecnologia blockchain

Trata-se de um tipo de base de dados descentralizada que contém um registro permanente das alterações, e, ao mesmo tempo, confere segurança e transparência sobre as informações nela contidas. Isso porque é praticamente impossível fazer qualquer alteração nos dados registrados nessa rede de forma oculta, sem que seja notada por seus participantes.

Provavelmente, você deve ter ouvido falar de blockchain inicialmente por causa do bitcoin. Sim, a maior e mais famosa das criptomoedas é uma das grandes responsáveis por tornar essa tecnologia conhecida e se tornou o primeiro grande exemplo público de utilização de blockchain. 

Todas as operações relacionadas ao bitcoin, como inclusão de novas informações e trocas entre usuários, são registradas em uma grande blockchain – corrente de dados interligada e interdependente –, prevenindo assim falsificações e outras fraudes.

Blockchain além das finanças

Embora ainda seja muito associada a serviços financeiros, a blockchain está cada vez mais presente no cotidiano, servindo como base para uma ampla gama de produtos e serviços.

Em uma rede desse tipo, por exemplo, podem ser armazenadas informações referentes a prontuários médicos, históricos escolares, documentos de identificação diversos, registros de imóveis e automóveis, entre outros. Dessa forma, ajuda ainda a expandir o conceito de Web3.

Vale reforçar, no entanto, que existem outros tipos de blockchain, tanto públicas quanto privadas ou híbridas.

Um exemplo é a Ethereum, uma blockchain pública na qual funcionam tanto a criptomoeda de mesmo nome quanto uma série de outras aplicações. Essas aplicações são conhecidas como “smart contracts”, contratos que são executados nessa rede automaticamente assim que suas condições são atendidas pelas partes envolvidas.

Outra blockchain bastante conhecida é a da Ripple, que tem como grande característica permitir pagamentos rápidos e de baixo custo em todo o mundo.

Em resumo, a utilização de criptoativos na Web3 tem sido um dos principais responsáveis para seu crescimento e popularização. Eles são usados nesse novo ecossistema como tokens operacionais, funcionando com as informações necessárias para realizar operações diversas que antes eram realizadas da forma tradicional, geralmente mais lenta e burocrática.

Desafios da Web3

Embora a Web3 seja em si uma importante mudança de paradigma sobre a internet e permita serviços e produtos que dificilmente seriam imaginados antes, ela tem pela frente alguns desafios a serem superados. Os três principais são: 

  • Escalabilidade: as transações são mais lentas porque são descentralizadas. Pagamentos, por exemplo, precisam ser processados por um minerador e propagados por toda a rede;
  • Experiência do usuário (UX): interagir com aplicativos descentralizados pode exigir etapas extras, softwares potentes e experiência no assunto;
  • Acessibilidade: a falta de integração em navegadores modernos torna a Web3 menos acessível para a maioria dos usuários.

Uma situação que ilustra bem as barreiras atuais da Web3, especialmente quanto ao universo cripto, se refere às carteiras (wallets) nas quais as criptomoedas e tokens ficam armazenadas. Caso a chave de acesso seja por algum motivo extraviada, ou mesmo se o dispositivo apresentar algum problema, o portador perde completamente o acesso ao seu conteúdo, acarretando grandes prejuízos.

Também vale destacar a dificuldade que instituições públicas ou privadas de todo o tipo enfrentam para obter profissionais qualificados para entender e desenvolver projetos de Web3. 

Apesar dessas dificuldades, a Web3 consegue mostrar seu potencial para gerar inovação, tanto no mercado financeiro quanto em outras áreas com maior ou menor presença no cotidiano. 

A constante evolução das ferramentas geradas a partir da Web3 torna possível projetar ao menos uma melhora desses pontos a serem aperfeiçoados quanto à experiência do usuário. 

Ao mesmo tempo, ao compreendermos o que é Web3  também compreendemos que a crescente exigência desse usuário e de sua participação nesse processo podem ajudar a acelerar essa curva de aprendizado e assim aprimorar essa tecnologia.

Written by: Rodrigo Borges